quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

                                  SELVAGERIA
                                                                   Petronilha A.A. Meirelles
Cadê nossos índios?
Valentes guerreiros,
Donos da mata,
Que a mata não mata.

Homens sem alma,
Com botinas assassinas na mata pisou,
Expulsou nossos índios,
Que tocavam tambor,
Exaltavam seus deuses,
Com respeito e amor.
Espingarda maldita,
Pintou de vermelho,
Com o sangue selvagem,
As terras morenas, tranquilas e serenas.
As árvores viçosas que enfeitavam a floresta,
Gigantes, onipotentes guardiãs da mata,
A motosserra matou,
Sangue verde derramou entre lágrimas e lamentos.
Os pássaros que alegravam em canto e preces,
Sem rumo bateram suas belas plumagens.
Jacaré e cobras foram laçados,
Botas, sapatos de couro e verniz,
Pisam elegantes na selva de pedra,
Casaco de pele da onça pintada,
Cachecol no pescoço,
Das chinchilas assassinadas,
Remorso pra quê?
Cadê nossos índios?
Valentes guerreiros,
Donos da mata,
Que a mata não mata.

Adeus índios fortes.
Adeus cachoeiras,
Adeus doces rios,
Adeus passarinhos,
Adeus borboletas,
Adeus verdes selvas...

Cadê nossos índios?
Valentes guerreiros,
Donos da mata,
Que a mata não mata.

MINIBIOGRAFIA

Petronilha Alice Almeida Meirelles, nascida no Rio de Janeiro (RJ). Professora de Língua Portuguesa. Pós-Graduada em Linguística e Língua Portuguesa. Mestre em Desenvolvimento Local (UNISUAM). Coordenadora da Escola Municipal João de Deus. Obras publicadas mais relevantes: Viajando através dos tempos no Rio de Janeiro, E Agora?  Com a palavra os professores do Brasil, A vida me conta histórias. Ambas pela Litteris Ed. Poesias publicadas através de premiação em eventos literários.

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