domingo, 21 de dezembro de 2014

minicontos votação



Minicontos -Desafio Novembro-Dezembro
Não estão em ordem de classificação. Votação do dia 21 ao dia 26 de dezembro


1
DIA D
Evandro Furtado

            Eu corro feito louco. De ambos os lados homens caem. Seu sangue mancha a areia branca da praia. Balas zunem como moscas doentias sobre nossas cabeças. O céu está vermelho. É o Sol que se põe no horizonte ou o firmamento está refletindo o mar?

 2

UM DIA VERMELHO

Elias Antunes


Tudo que via naquelas horas era a cor vermelha. Sentia-me como um touro furioso e pronto para ser morto, mas antes investiria contra tudo que refletisse o vermelho de seus olhos.  


3

Vermelho Safo
Thaís Ribeiro


O vermelho era a cor do seu caso. Era vermelho o sangue que lhe escorria entre as pernas e proibia a boca da outra, era vermelha a manhã em que despertavam de longos sonhos lascivos, era vermelho o sutiã no chão, eram vermelhas as rosas, o silêncio que perdura é também vermelho.

4

FÚRIA
MARIA DA GLÓRIA JESUS DE OLIVEIRA

O vermelho derramou-se nos olhos do homem, cegando-o. A faca seguia o rumo, acertando o objetivo. Somente parou quando fustigava o ar. No chão, os olhos arregalados não mais viam o azul do céu.


5

O peso da modernidade
Rui Werneck de Capistrano

Sofrendo de obesidade mórbida, Drácula só ataca modelos anoréxicas — Precisa sangue diet.


6

“Embrulha em jornal pra madurar...”
José Siqueira


                Já adulta, a moça insistia em colorir os corações que desenhava de verde, ao invés do old fashioned vermelho. Não mais por daltonismo. Mas por esperança.


7
DE ROSAS E SANGUE
Cilene Chakur

O vermelho das rosas fez-se sangue. O bouquet se enterrara em seus braços e mãos. Eram duas mulheres. Em nada combinavam, nem no amor. Ouviu a porta bater e correu a trancá-la. O sangue, ainda desperto, foi colorir a chave. Rosas no chão. Quietude na noite.


8

Reencontro
Cláudio da Cruz Francisco
A saudade estava exposta em seus olhos nublados. A cada pétala que descia pelas ruas do seu rosto, nascia uma dose de esperança. Debruçada na janela, sentiu a alegria decorar sua face, quando o viu, trazendo um bouquet vermelho, que marcaria aquele reencontro.



9

200 adeuses
Denivaldo Piaia
No verde parou; No amarelo pensou; No vermelho passou. Esqueceu que estava no volante. 
Pensou em 200 adeuses que gostaria de dar. Céu virou carmim antes de escurecer no silêncio.




10

Petronilha Alice Meirelles



Toalha tecida com fiapos prateados, duas taças tintas pelo vinho. Entorpecida pelo silêncio, adormeci. Ao acordar vi o chão tinto de sangue pelo vinho derramado, que misturava-se com minhas lágrimas machucadas de vermelho.


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Classificados - Desafio Novembro-Dezembro de 2014
-não estão em ordem de classificação-
A votação começa com atraso de dois dia, prosseguindo até o dia 19 de dezembro. E os minicontos do dia 20 até 23 de dezembro. 



Poesia 

1

PERMANÊNCIA
Elias Antunes

 Justamente nesta primeira hora do dia
em que um galo se confunde
com uma bala
e o pranto com a alegria
a ave se explode em bomba
e o amor em gritaria
o passado estende-se como uma
roupa desfeita
tudo volta: carrossel vermelho, túnel do
                                tempo
aqui salvam-se as sombras
as cartas no arquivo
uma velha foto mais
amarela de que o sol
                  da manhã.

2 

Estrofes manchadas de batom
Rômulo Reis

Na canção: “Meu coração é vermelho!”
Barba ruiva cabelo “VERMELHAÇO”
Os olhos encarnados no espelho
“ACHAPEUZINHO” com nariz de palhaço

A roupa do papai Noel
As bolas na arvore de natal
O “CATCHUP” apimentado no pastel
O regime comunista ditatorial

A dama recebeu cartão vermelho
Até na disputa Caprichoso Garantido
Indica o “STAND-BY” do aparelho
Maçã mordida tomate colhido

Moisés atravessou o mar vermelho
O ponteiro do relógio negro rubro
O pigmento rubor no olhar do coelho
Fiquei no vermelho no mês de outubro

Carne, cruz ou linha vermelha
A terceira faixa do “KARATÊ”
Marte, o fogo, o rubi, a telha
 A tinta escarlate da Dilma e do “PT”

O sangue carmesim do cordeiro
Nas pétalas da formosa flor
O manto manejado pelo toureiro
Meu travesseiro! Enigmas dessa cor


  I.N.R.I
                                                                    REI
  DOS REIS
                                                                J E S U S
 O sangue carmesim do cordeiro
 Nas pétalas da
 Formosa flor
 O manto
 Manejado
 Pelo
  Toureiro
  OMEU
    TRAV.
   ESSE
   EIRO
   ENI
  GM
  AS
   DESSA
  COR

Primária unificada ao azul
Surge o Roxo das Bruxas
Na “TRANSA” com o amarelo nu e cru
Nasceram “LARANJAS REDONDAS GORDUCHAS”.








P R I M Á R              S U R G E O              N C O M A
U                I              R                R              A              M
N               A             O                O              T               A
I                                 X                X             R E L O E R
F                                O                O             A N
I                                 D                D             N        U
C                L             A                 A            S              C
A              U               S                 S             A                 R
D A O A Z                 B R U X A S              !                       U

                                                 N
                                        A               A
                                      S C E R A M S
                                      C                    C
                                      E                    E
                                      U                   U

L                      A S        R E D            G O R D U
    A               J              O                    O             C
        R        N                N D A             R DUSAH
             A                     M                    D         C
             V                     E N T E          U              H AS.



3

Convenções
inconvenientes
Rui Werneck de Capistrano


Vermelho é ATENÇÃO
Vermelho é CUIDADO
Vermelho é PERIGO
Vermelho é RAIVA
Vermelho é SANGUEIRA
Vermelho é PARTIDO
Por que tanto preconceito, rapaz?
Deixe o vermelho em branca paz.





UMA COR
Sonia Regina Rocha Rodrigues

Se eu tivesse que escolher uma cor,
Escolheria o vermelho do sol nascente,
Com a vivacidade do fogo
E a violência do sangue.
O vermelho saboroso dos morangos maduros,
O vermelho alegre dos biquinhos de lacre
Ou fugidio como o das carpas malhadas.
Se eu pudesse colorir minha vida,
Eu a salpicaria de vermelho,
Pois a quero intensa e plena,
Inda que breve,
Um só pinguinho de vermelho bastaria
Para dar sentido ao cinzento arrastar-se das intermináveis horas aprisionadas na ampulheta da memória.


|Versos rubros|
Jim Carbonera

De uma ruiva e um ruivo,
nasceu um vermelhinho,
que escreve aqui, estes versinhos.


 6

Vermelho
Horacio Daniel Sequeira

A cor escarlate
Que ruboriza a tez,
Enrubesce as bochechas
Dos adolescentes,
Cora a vergonha
Da ingênua timidez,
Bota fogo nos cabelos
Ruivos inocentes.
É a cor da paixão
Que torce com brio,
Que sofre e grita
Com o coração a mil.
São os vermelhos
Agindo em nossas vidas,
Como o do sangue
Que corre em nossas veias,
Como pimenta
Que arde nas feridas.
Como a lava
Que o vulcão incendeia.

 7

Vermelho (de Aruângua)
Maria do Céu Heinrich

 Vermelho é a morte das focas do Ártico
das baleias nos conveses dos navios e do atum leiloado.
Vermelha é a morte do azul e a maré doente.

 8

Jefferson Ferreira Wesolowski

Vê-me tenso frente ao espelho
Olho no olhar, desespero
O tempo passou corriqueiro
Em pranto dobro o joelho

São muitas auroras passadas
Passado não cicatrizado
Juventude rebelde e inspiradora
Texto politizados, companheiros armados

Coração vermelho
Olhos negros, espírito cabreiro
Pensamento vermelho, temor alheio
gatilho companheiro

Só resta uma resma de valentia
Tem que ser antes, senão esfria
Sol vermelho prisioneiro
Ervas de um mesmo tempero

Sol vermelho
Sangue escarlate
Meu coração vermelho a calar-te
Sol vermelho não me libertas-te?

 9

A dama dos meus sonhos
Tina Aguiar


Ela tinha uma imensa beleza...
Repleta de ternura, com um caminhar cheio de leveza.
Grande era sua doçura que se fez minha incerteza...
Devo seguir seus passos como amigo ou como seu amante assumido?

Sei que ela não sabe de mim,
Mas acredito que seja melhor assim...
Eu não suportaria ouvir o não, ou
sentir uma presente solidão. (... mesmo ao seu lado estando.)

Sigo seus passos, sobre vossa sombra caminhando...
Calado, sozinho, imaginando, sonhando...
Com o gosto do beijo dos seus vermelhos lábios doces; profundos...
Um momento onde eu perderia meu chão, meu mundo.
E, neste breve momento, meu coração rápido bateria,
e ali eu saberia, o quanto eu estou vivo.
Meu coração estaria numa corrida desenfreada, sem rumo, apenas a ti atento...
E você em meus braços eu conservaria, eternamente neste momento!



 10

Antonio Pedro Faro

Como se eu palmilhasse as ruas e vielas da cidade incolor
Os céus se abriram mar vermelho doutras eras
Jorrando bolas de fogo nessa Terra colorindo meu coração de novo amor