domingo, 31 de julho de 2016


Morte e Vida dos Sonhos

Cláudio Francisco



Desistir dos sonhos é apagar o amanhã
Desacreditar nas expectativas ao amanhecer
Sucumbir! Sentir a incredulidade florescer
Renunciar aos objetivos a cada manhã

Abster-se é crime contra a esperança
Assassinar a fé que habita no pensamento
Ser pessimista e contemplar o lamento
Distanciar-se e perder a própria confiança

Sonho realizável é combustível aos corações
Excitante! Equilibra as nuances da existência
Abrilhanta a alma! Estimula a persistência

Sonhos transportam valores e emoções
Tardia mas chegam! Nos deixam contentes
Abandoná-los é viver no quase! Luzes ausentes

sexta-feira, 29 de julho de 2016






Tempo lindo 
Há tempo para ser prático
Em que se cultiva a roseira,
Outro para ser romântico
Em que se oferece a rosa.
Há o tempo tocante que voa
E a música preferida entoa.
Aquele mil vezes desejado
Delicioso como o vinho maturado.
Tem momentos que passam vazios
Fazendo tudo tão frio,
Outros, aconchegantes com o toque na pele
Causando relevantes arrepios.
Há tempo para perder-se
Em devaneios atemporais.
Para perdoar há o tempo infindo.
Há tempo para ver a vida amanhecer
E o amor dizer:  bem-vindo!
É tempo de viver...
Ah, que tempo lindo!



Moacir Luis Araldi

sexta-feira, 22 de julho de 2016




PRIMAVERA
 
Março sem flor.
Março sem cor...
 
E a menina japonesa
olha, com tristeza,
a única cerejeira
que o mar não tragou.
 
(Autor: Edweine Loureiro
Saitama – Japão). 

sábado, 9 de julho de 2016


BALÕES ANTIGOS


 Elias Antunes



Era proibido dizer que a manhã estava
                                      enguiçada,
não queria submergir no caos
da história.
E um menino com seus balões mais que antigos
balia no cesto jogado no rio
                          do esquecimento
as moscas cantavam monótonas
                o voo dos estrumes
            resistiam ao verso furado
                        pelo fuzil.
Havia uma dolente aurora
sem a rotina do café reunindo
              os membros dispersos
           medo e insônia contemplavam
                  os uniformes do poder
Não sobrava tempo para a
corrupção do pranto, violão
empoeirado, garganta seca.
Abril empalava as sombras
           e o patriotismo e os
              heróis exaltados,
                   a resistência era
      um rato no
esgoto do tempo.


(texto publicado em julho de 2014, n 8)