sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Resultado

Qual a melhor poesia? 69 votos

OUSADIA 6   8.7%
O triste canto do bem-ti-vi sem asa 21 30.43%
Flor azul 4 5.8% 5.8%
Quem te viu, quem te vê 21 30.43%
Bem-te-vi 3 4.35%
Segredinho 1 1.45%
DESASSOSSEGO 2 2.9%
Canção passeriforme 1 1.45%
HAICAI 8 11.59% 11.59%
Bem-Te-Vi (de Aruângua) 2 2.9%


Qual o melhor miniconto? 51 votos

Trinado 2 3.92%
O que vemos 1 1.96%
“Sistema Passárario” 11 21.57%
Vizinhanças 1 1.96%
Bem percebo cruelmente uma (...) 0 0%
Prefiro os pássaros que voltam (...) 19 37.25%
Bem-Te-Vi (de Aruângua) 1 1.96%
Iluminação 0 0%
Bem-te-vi cansando tonta no fio (...) 2 3.92%
BEM-TE-VI 14 27.45%



domingo, 22 de fevereiro de 2015

Minicontos classificados -Votação dias : 23 de fevereiro a 26 de fevereiro



1
Trinado
José Siqueira

O velho, óculos escuros, na praça, gritava: “bem-te-vi”, ao meio-dia. O velho, na rua, gritava: “bem-te-vi”, noite adentro. O velho gritava: “bem-te-vi” a todo instante. Hoje se calou a voz cega que cansou de procurar por alguém a quem pudesse ter olhos apenas para ele.


2
O que vemos 
Elias Antunes

 Sei que havia um pássaro de canto inopinado e monótono, mas que não saía das lembranças da infância. Seu canto não morre e na memória eu também bem-te-vejo pássaro bem-te-vi. 


3
“Sistema Passárario”
Rômulo Reis.

Após sobreviver um período aconchegante sobre os cuidados maternos, em um estalar de asas o bem-te-vi começou a desfrutar a liberdade voando e pousando nas árvores.Até ser capturado e condenado a morrer  no canto frio deprimente de uma Pet Shop.



4
Vizinhanças
Joaquim Bispo

O passarinho, trombeteando o seu “bem-te-vi” pela mata, azucrinava aves de todos os portes. Uma delas, farta de alvoradas prematuras, aplicou-lhe uma bicada no cocuruto. Erro grosseiro. A retaliação foi vigorosa. O que parecia um passarinho tinha pujança de passarão.




5
Wagner Gonçalves

Bem percebo cruelmente uma natureza humana, os sinto como oportunistas e vejo isso nitidamente. Mas é aqui, acredito na sua bondade, bem-te-quero, mas caio com suas atitudes, bem-me-mata e nossa estupidez é assistida e anunciada como um bem-te-vi.


6
Douglas Velloso


Prefiro os pássaros que voltam aos que ficam presos, como aquele bem-te-vi que vejo todas as manhãs. Ele sabe que eu o observo e que gosto de seu canto alto e limpo. Ele volta por saber que eu sinto falta daquela que ainda não voltou, que eu costumava observar pelas manhãs, esperando sempre pelo seu bom dia preguiçoso e limpo.

7
 Bem-Te-Vi (de Aruângua)
- Bem-te-vi! – fez o pássaro quando pus os olhos sobre ti. Eu não acreditava... O alegre e esvoaçante colibri, agora, tinha a fala capenga e fermentada. Todo o brilho se apagara. A alma em pústulas era tão amarga... – Bem-te-vi! – cantava o pássaro. E eu chorava.
8
Iluminação
Roberth Fabris

O totem se rachou e saiu um bem-te- vi que olhou no fundo dos olhos do xamã e disse de forma substancial “Bem que eu te avisei, bem te vi na frente do ser que morri.” O xamã acordou do transe e teve apenas um minuto para ver o pássaro de luz desaparecer

9
Janaína Parentes Fortes
Bem-te-vi cansando tonta no fio do telefone quando escolheu cair inteira no chão do banheiro sujo
– passarim, que come, na mão de home.


10
BEM-TE-VI
Ilda Maria Costa Brasil

Lagoa dos Patos. Cenário magnífico e fantástico.  Num fio de telefone, um bem-te-vi, audaz cantor, interrompe sua arte e pergunta-me: - Por que os homens poluem a natureza? Perplexa fiquei a olhá-lo. Cabisbaixo, leva a patinha direita ao peito e desaparece na lagoa.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Seguem os dez poemas classificados para votação do Desafio Literário Olaria das Letras. Dia 19 de fevereiro a 22 de fevereiro. 

1


OUSADIA

Elias Antunes

Ouso dizer que o dia acabou
como uma lâmpada
e a noite vem
com seus passos
               de louca.

Ouso dizer que um bem-te-vi
cantou na memória.

Ouso dizer que há um resto
de incêndio nas mãos; poemas
escritos com tinta
                 corrosiva,
seguindo em anexo
o olhar perplexo.

Ouso dizer que alguém está
fora do tempo olhando para ontem
as botas perdidas.

2

Rômulo Reis.




O triste canto do bem-ti-vi sem asa

Acordei ouvindo um ruído
Não! Um canto: - “Bem-ti-vi”
O peito rasgado partido
Arrasado sabendo que te perdi

A nossa última noite calorosa
Lembrança que não esqueci
Da morena amazônica carinhosa
Solitário sem ela agora percebi

Na sinfonia dos passarinhos
Degustando o fruto do açaí
Saudade dos seus carinhos
Sozinho calado estou aqui

“Ensaiei uma canção” e daí
“De um poeta apaixonado”
Fora do ninho descobri
Na solidão estou engaiolado

Distante de ti
Sou esse “Bem-te-vi”
Quebrado machucado
Sem asa
Sou um trabalhador
Sem emprego
Sou um céu escuro
E
Negro
Sem a presença da Lua
Um incêndio sem brasa
Por que eu procuraria na rua
Se a mulher que eu tanto amava
Justamente estava
Pertinho de mim
Como um anjo querubim
Dentro da nossa casa...





3

Flor azul – Wlange Keindé

Bem te vi, meu amor,
De longe;
Flor azul que não me corresponde.
Coleirinhos, cambacicas
A tua volta, querem-querem
Como eu, teu escasso
Amor de flor.

Mas eu,
Entre calor e cor,
Entre saíra e sanhaço,
Tiê e tinguaçu,
Sou amarguradamente
Urubu.

Bem te vejo, de longe,
Flor brilhante, todo dia
Bem perto da andorinha
E do canário,
Flor azul.

E eu, teu colibri imaginário,
Carniceiro visionário,
Com meus olhos te namoro,
Enfrentando a solidão.
E a carcaça que devoro,
Flor azul,
É o meu coração.

4

Quem te viu, quem te vê
Maurício Lima

Olha o bem-te-vi
supestar
cantando na bem-tevê



5
                                                     Bianca Ferraz Bitencourt


Bem-te-vi,
já te quis.
Mal-te-vi,
já não era eu.



6
Segredinho
Petronilha Alice Meirelles

Escrevi sobre meu amor
Em um caderno dourado
Com carinho enterrei
Perto de uma flor encantada.
.
Sai certa de que ali
Bem guardadinho estava
Ninguém, ninguém no mundo.
Poderia descobrir onde meu segredo estava.

De repente um bem-te-vi
Do alto de uma palmeira
Tudo, tudo bisbilhotava
E logo o meu segredo a todos ele contava.

7
DESASSOSSEGO
MARIA DA GLÓRIA JESUS DE OLIVEIRA



Vim para a praia descansar
E um pouco me esconder
Mas o pássaro invocado
Fica sempre a dizer:
Bem-te-vi, bem-te- vi.
Preciso sair daqui,
Se quiser me acomodar,
Pois o pássaro insistente
Não para de implicar.




  8
Canção passeriforme
André Foltran

Meu bem-te-vi
            e como vi
              teus olhos lá
       tua língua aqui
Meu bem-te-vi
            e como vi
             tua língua lá
       tua boca aqui
Meu bem-te-vi
            e como vi
               tua boca lá
       teu dente aqui
Meu bem-te-vi
            e como vi
              e com te ver
               também me vi
           tão bem me vi
      e como vi
           meus olhos lá
       você aqui
    sempre aqui
        pra sempre aqui
            mas eu não vi
Meu bem, não vi

9

HAICAI
Edweine Loureiro

Ouço um bem-te-vi,
cujo canto espanta o frio
dos ventos do Norte.



10
Bem-Te-Vi  (de Aruângua)

Bem-Te-Vi. Ainda menino.
Empoeirado e descalço
esgueirando-se por entre luz
e sombras dos quintais contíguos.
Transpirando sonhos em gotas de alegria
sementes de inventar entregues à terra amiga.
A ficção embarcada será o fruto colhido
o futuro semeado na infância estrumada
de experimentações e pequenos cadáveres
cobaias usadas para dar vida às audácias
imaginações vislumbradas
pelos teus olhos, menino.



domingo, 15 de fevereiro de 2015

Aviso - o Desafio Literário de Janeiro-Fevereiro de 2015 devido a grande quantidade de inscrições e ao Carnaval muda o cronograma para:


19 de fevereiro a 22 de fevereiro -votação das poesias
23 de fevereiro a 26 de fevereiro -votação dos minicontos
27 anunciação da classificação final 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Ana Amélia

Autoria: Jacqueline Collodo Gomes

Este amor, adormecido com As Tormentas
repousado nas ondas de lágrimas
que outrora arrastaram os destinos
do que poeta e sua flor podiam ter vivido

Enternecido, tamanha paixão declarada
vencendo o amor ao calor ou à luz querida
a exaltação ao silêncio, cores, perfume e à vida
Mais do que pôde estar em si mesmo

Momentos gravados na proa daquele navio
pelo céu que lhe acentuava os traços sofridos
Expirações que levavam seus sonhos ao infinito
Últimos momentos de tal testemunhar

Revisões de cenas não alcançadas
A musa estática na sacada
A força daqueles olhos de tudo abandonar
e seguir com ele para onde quer que fosse

O mesmo estático olhar que o sofrimento
do passado impulso, ignorado momento
mostrava, agora, numa mesma praça
diante de uma mesma fonte, mas já tão distantes...

Um instante no tempo, onde as nuvens piscaram
e o vento elevou o lenço branco, um aviso
um momento de corações duplamente abatidos...
Em sete chaves e um pousar de mãos constante.

Campinas, 20/07/2012, 19:17.


(Poesia "Ana Amélia", de Jacqueline Collodo Gomes, selecionada para compôr a Antologia "Mil Poemas para Gonçalves Dias", lançada em homenagem ao autor pela EDUFMA, em 2013.)


Jacqueline Collodo Gomes, nascida e residente no interior de SP, escreve poesias, contos e textos, tendo publicações em antologias com outros autores, revistas e jornais, sites, e mais recentemente, dois e-books publicados e disponibilizados para download em seu blog. Visite e leia as poesias da autora, clique: Ah, Poesia! http://ahpoesia.blogspot.com.br

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

E Se O Passar Não Se Esconde

Jacqueline Collodo Gomes

"Chora tuas dores. Quem sabe assim elas não precisem mais de tuas lágrimas."

Contraídos ângulos de estagnação
que prendem a boca ao centro dos dentes,
secos lábios em calos dormentes,
intento constante do romper em fração,

desliza em chuva sobre essas mãos,
terna e crua vela que alumia,
alma abatida de sôfrego guia,
são gritos e gritos de baixa audição,

são teus sonhos, e também a ilusão,
vulgo rompendo, rasante estagnar.

Ai, a alma arde! Com a fronte
- e se o passar não se esconde,
então, rompe! Rompe!

24/05/2014, 03:07.

Jacqueline Collodo Gomes, nascida e residente no interior de SP, escreve poesias, contos e textos, tendo publicações em antologias com outros autores, revistas e jornais, sites, e mais recentemente, dois e-books publicados e disponibilizados para download em seu blog. Visite e leia as poesias da autora, clique: Ah, Poesia! http://ahpoesia.blogspot.com.br

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A Arte dos versos

A palavra como documento
Imortalizada através dos anos
Passando como páginas ao vento
Retrata os nossos enganos

Pensadores descrevendo o sofrimento
O legado de homens insanos
Resiste ao tempo no movimento
A existência de versos soberanos

É minha paixão, admito.
A satisfação completa
Mesmo quando estou aflito

Através da linha reta
Um sentimento escrito
É alma do poeta.

Oliveira, Rômulo Reis. Cotidiano Urbano. pág. 18. e.d. Igarapé-Açu: SANTmel Editora, 2014.
ESPERANÇA
Letícia de Menezes Mariano

  
Olhe à sua volta,
Abra os olhos,
Perceba as sombras...

Acenda as luzes...
Observe o que está
Sendo feito
Em nosso Planeta!

Imagem um
Pôr do sol
Belo de se ver...

Deixe as luzes
Trazerem esperanças...

Os mares,
Os peixes,
A grama,
O trigo...
Tudo é vida!

Mais uma vez,
Olhe ao redor...
O quadro de escuridão
Se modifica...
Um mundo sem sombras,
Banhado de amor!





* Letícia de Menezes Mariano escreve desde pequenina. Conquistou, no ano de 2014, o 2º lugar na Categoria Infantil no Concurso Literário da Biblioteca Municipal Érico Veríssimo, município de Flores da Cunha, RS. O poema “Solidão” foi publicado no Jornal Zero Hora, Porto Alegre, RS, em 19/01/2015.

domingo, 8 de fevereiro de 2015


A PAZ       
                                                                        
A paz é a essência da divina criação,
estrela cintilante que emana de Deus
a banhar nossas almas de inspiração
na amplitude que nos eleva aos céus.        

Radiosa paz, ditosa ventura, riqueza
admirável a imperar toda sua calma,
ilumina o nosso espírito e a natureza
eterna no santuário sublime da alma.

Dos brilhantes astros no firmamento,
em nenhum há a suntuosa perfeição
que resplenda sua chama no infinito.

Ao ser irradiada essa luz ao coração,
seu brilho atrai um formidável alento
à humanidade: a paz de Jesus Cristo. 



GERSON AUGUSTO GASTALDI
Paulistano, nascido em 1949. Em 1976 formou-se em Letras, com ênfase em Psicologia da Comunicação. Projetou-se no campo gráfico editorial tendo escalado múltiplas funções nas áreas da comunicação e psicologias aplicadas. Após 25 anos de vivência no mercado didático tornou-se Consultor em Psicologia Educacional. Possui no seu acervo pessoal mais de 400 trabalhos, entre contos, crônicas, poesias, etc, os quais, inúmeros foram premiados e publicados em livros. Atualmente colabora em segmentos literários.