quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Minicontos para votação dia 18 a 21 de agosto


Minicontos para votação 



 1

ILUSÕES

Elias Antunes

Depois de tanto tempo andando sem sair do lugar, eis que surge um oásis à frente do sujeito cansado. E ele poderia beber e lavar sua raiva e dessedentar com alegria e bondade nos olhos, mesmo sabendo que tudo era miragem. 
           
2
Não há de ser o Lázaro
Fábio Granado Orfei
Durante todos aqueles anos uma aura incólume de senhora do lar. Nos olhinhos miúdos só uma veia a pulsar de raiva. Parou assim que ele morreu.

3

Autora: Sara Albuquerque.
Escorrega numa poça de suco no chão da sala, soltando o i-phone de última geração que, puft, cai de bruços, espatifando em pedaços sua tela de vidro. Porra! Quem derrubou essa merda no meio da casa e não limpou? Que raiva! E lembra que mora sozinho.

4

Pronto Socorro
Jordano Pereira Araújo

Assim que o reconheceu, ordenou que interrompessem a massagem cardíaca.

5

A fúria do senhorio
J.R. Siqueira
A raiva ainda não passara, me desobedeceram, não é?!, por mais que lhes prouvessem de um tudo, tinham que me desobedecer? a cólera fluía como chuva de fogo, como inundação, um pedido apenas que fiz...provaram do fruto, conhecimento para quê? Que sofram, agora, a falta de sabedoria. O jardim estava trancado desde então.

6
Moça pacata
Bruna Matos
Era uma moça doce, calma e paciente. Sempre disposta a ajudar, o bem do próximo estava acima das próprias vontades. Era muito amada, mas em seu íntimo o caos se instalava. Explodiu. Colérica, extravasou toda a raiva de anos. E finalmente foi feliz.

7
QUE RAIVA!
Silas Camilo de Lira

            Esperando a moça passar, tão linda, pela vidraça da janela do restaurante. Ele, sentado, de olho vidrado na calçada, ao mesmo tempo que degustava um delicioso yakisoba. De repente, alguém diz o seu nome em voz alta, na mesa ao lado. Ele olha, ela passa. Que raiva!

8
                                              As penas de Maria
Lizziane Negromonte Azevedo
A cada bofetada, um gemido. Ele se regozijava ao ouvi-lo. Enquanto que ela alimentava o ódio com que o mataria. Mas não dava bandeira, fingia que doía.
9
ERA DIFERENTE
Ricardo Gualda
Não era o som do zíper de metal raspando na parede (também de metal) do elevador. Não era o tom de voz anasalado da recepcionista. Não era a criança berrando no ônibus. Não era o patrão mandando. Não era o ar condicionado quebrado e a janela travada. Não: raiva era outra coisa.

10
Autor: Eni Ilis


Somos nuvens carregadas, trovejamos, enegrecemos de tanto peso do que não chove em força. Somos nuvens, será que um dia o desmanchar?  Arrebentar em gritos e força todo o contido? Depois da tempestade... o silêncio livre

37 comentários:

  1. Voto 6 - moça pacata, de Bruna Matos.

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  2. Meu voto para o número 9.
    (Votante: Luís Pimentel)

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  3. Meu voto vai para o numero 9 "Era diferente". Autor: Ricardo Gualda

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