Votação resultados
POESIA -maior votação: REM- Natanael Otávio
CAVILAÇÕES 4.29% (3 votes)
O relógio 10% (7 votes)
A Joia sem Pudor 1.43% (1 votes)
Relíquia 1.43% (1 votes)
Tic-tac 4.29% (3 votes)
Impressões sobre o tempo 0% (0 votes)
Tempo 1.43% (1 votes)
Transitório 7.14% (5 votes)
REM 67.14% (47 votes)
Lapso do beijo 2.85%
(2 votes)
MINICONTO -maior votação: A vida de quem ainda não descobriu a internet -Anna Oliveira
1 3.14%
(6 votes)
2 0.52%
(1 votes)
3 11.52%
(22 votes)
4 4.19%
(8 votes)
5 3.14%
(6 votes)
6 27.75%
(53 votes)
7 0.52%
(1 votes)
8 32.98%
(63 votes)
9 16.23%
(31 votes)
10 0% (0
votes)
Minicontos para votação -dia 19 a 23 de janeiro
1
PERDAS SEM GANHOS
Elias Antunes
Este aparelho
que está em minhas mãos não serve para dizer o quanto espero, o quanto andei
atrás, o quanto trabalhei, suei, vinguei, morri e perdi. O relógio está
quebrado.
2
Clara Sznifer
Para correr, acorda o relógio. Para amar, já esqueceu de desacordá-lo!
3
Perda de tempo
José R Siqueira
Descendo
a grande duna, ia meditando sobre sua existência. Não sabia se ia ou vinha de
algum tempo. Meditava. E, nesse estado, deu de encontro com uma barreira de
vidro. A areia ia-lhe fugindo por sobre os pés. Olhou para cima e avistou uma
enorme cobertura de madeira por céu. Veio o estalo natural das descobertas
tardias: seu tempo esgotara.
4
RELÓGIO DE MINHA SALA
Cláudio de Cápua
Aquele relógio cuco, parado, na parede de minha sala, em outra época, já
foi ditador dos tempos. Hoje, sem função, tem um consolo, duas vezes por dia,
está absolutamente certo.
5
Carolina Ramos
No relógio da
Sé, quase meia noite... Sonhava ser feliz! Só uma estrela, no céu da esperança!
Rua deserta...a alma, também! Longe, um vulto! Abriu-lhe os braços... Aquele
Pai Noel, sem lar, dividiu com ela um sonho...sua ceia de Natal. Meia noite!
Uniram-se os ponteiros... eles também!
6
O assassinato do tempo
João Alberto de Faria
e Araújo
Mataram o tempo! Dizia – em
prantos – o relógio de pulso. Seguindo uma pista, os ponteiros das horas
prenderam o dos segundos, que foi visto fugindo da cena do crime. Interrogado,
confessou: um ácido venenoso fora a causa mortis. A pilha, a principal suspeita,
não foi encontrada. Tinha vazado.
7
O TEMPO ENQUANTO FIM
Paulo Silas Filho
O
relógio restava inerte. Seus ponteiros já não mais moviam. O sangue do seu dono
também não mais corria. O alvo foi atingido algumas vezes. Sucesso. Corpo e objeto
foram atingidos. O tempo ali findou, no corpo e no espírito, no concreto e no
abstrato.
8
A vida de quem
ainda não descobriu a internet
Anna Oliveira
Tic-tac. São três e trinta. Tic-tac. O trânsito continua infernal. Tic-Tac. São três e trinta e sete. Tic-tac. São três e quarenta e quatro. Mais dois semáforos
fechados. Tic-tac. Tic-tac. Tic-tac. Passou das quatro. Fica para amanhã pagar o boleto
atrasado.
9
Parto
CRISTINA ALMEIDA CRISPIM
-
Passa o relógio e a mochila! O tic-tac lembra uma
bomba; tudo girando em volta. Faca colada no ventre de oito meses, recuo. "Nem respeita inocente! Pense
rápido..." Abro a pulseira, deslizo na parede e imito fêmea parindo.
Deu certo; foi-se, de medo. Fica a mochila e, no bolso, R$ 800, 00.
10
JAMES
BOND
Roselaine Hahn
O relógio tiquetaqueou
um quarto de hora passado das doze. A maleta abriu-se. A multidão esbugalhou os
olhos na granada, na escopeta, na caneta. O relógio parou no silêncio irritante
de agente secreto. Ao menos ele não disse: “Meu nome é Bond, James Bond.”