terça-feira, 22 de julho de 2014

O desafio de agosto já foi publicado na página "Desafio Literário" do blog.
                           


              Os minicontos publicados para votação sem nome do autor e 
sem ordem de classificação.




1- A ÁRVORE E A ESTRADA
  
Enquanto todos desejavam passar para o outro lado da estrada, procurando afastar a grande árvore que tombara com a tempestade da véspera, o poeta procurava um outro caminho. 


 2

  Escalou a jabuticabeira - destreza de esquilo! -, olho pregado no único fruto túmido; os demais, mirrados, escassez de chuva. Espichou o braço, os dedos e... zás! Fruição. Sumo escorrendo pelos cantos da boca...


3-PARA A ETERNIDADE

Ansiosa para gravar uma mensagem de amor ao companheiro, indagou à melhor amiga em qual árvore deveria fazê-lo.
― Sem dúvida, a macieira! ― respondeu-lhe logo a serpente.



4-OCO
No deserto da vida, minha copa despetalou-se em um tremendo mal-me-quer, minha seiva, viçosa por acreditar, enegreceu em alguma substância urticante, e minhas raízes, antes tão profundas, ficaram expostas, se agarrando ao desespero. Assim, fui abandonado na estrada do tempo, até servir de cadafalso, para que um amor bandido se enforcasse.


5-CICLO
             O menino deixou uma semente cair. Veio a chuva. Ela brotou. O vizinho regou. Uma boa altura ela alcançou. O menino cresceu. Um carro comprou. Embaixo da árvore ele estacionou.


6- ÁRVORE
A árvore é igual a esperança, nasce, cresce mas não morre, sempre deixa uma semente para ser plantada não deixando de existir.


7- JANTAR

O leão estacou e olhou para cima da árvore. O homem agarrara-se num galho e tremia. O felino olhou para o céu. Era quase noite. Homem não dorme em galho - pensou . Era somente esperar.


8-DOR DE MÃE
Dia de sol. O passarinho se lança da árvore. O gato felinamente preparado acompanha a trajetória. O filhote vira petisco. O desespero da mãe é acompanhado pelo bando de pardais gritantes. Todos se vão, solitária, pia alto.  Será a sua dor do tamanho da minha?


                           9- ÁRVORE DA POESIA
Semeio palavras, adubo-as com rimas, rego-as com lágrimas de alegria. Sinto-as crescer em cada verso. Os troncos fortalecem, as folhas crescem,  as flores dão-lhe colorido e perfume, os frutos amadurecem, fortes e sadios para alimentarem este ciclo natural que é a árvore da Poesia.


10-A ÁRVORE QUE DAVA DINHEIRO
De repente a árvore apareceu no  quintal da mansão do bilionário avarento. Afoito, ele foi colher as notas de cem dólares da planta, mas uma ventania espalhou todo o dinheiro em cima da favela mais próxima.
Era véspera de Natal, e, os favelados, neste dia, começaram a acreditar mesmo em Papai Noel.








Um comentário:

  1. Bom dia, Henrique. Tudo bem? Pois então. Eu tenho poucos e bons amigos. Fica difícil concorrer com quem os tem aos montes... Você aceitaria uma sugestão? Que os trabalhos sejam julgados por uma comissão, você e mais duas pessoas, por exemplo? Aí seríamos apontados por mérito. Não que as pessoas mais votadas aqui não tenham mérito: todos os microcontos estão muito bons, de alta qualidade. Não por acaso são os dez escolhidos. Só acho que por outro método seria uma avaliação mais isenta, concorda? Um abraço, Angela Fonseca

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