Classificados - Desafio Setembro-Outubro 2014
-não estão em ordem de classificação-
Miniconto
-1-
Sonho de consumo
Feliz, no meio do pé de vento, o Saci-Pererê achou um pé de
sapato novo.
-2-
A diversão do vento
Ignorou o vento suave. Saiu da sala e deixou as
janelas escancaradas. Quando voltou, espantou-se. Torceu o nariz. Sabia que
teria muito trabalho. Aquela brisa, considerada inofensiva, se divertiu. Fez os
documentos bailarem sobre a mesa.
-3-
Mar
O vento misturou-se ao ar salgado.
Tirou a borboleta para dançar. Soltou os meus cabelos e trouxe á minha alma,
toda a calma que podia carregar.
-4-
CONTO DO VENTO DO AMANHECER
Era
preciso amanhecer e o vento soprava no meu rosto. O sono pesado como uma pedra
de basalto insistia em me pregar no chão. Não poderia sucumbir outra vez e mais
outra. Amigo vento, socorro.
-5-
E ele mesmo – o pobre menino
– era o vento que uivava; debaixo das pontes, por cima dos telhados, que se
escondia nas cavernas da humanidade. Sem direção ou visibilidade. Somente
ouviam-no quando – o pobre menino – roubavam-lhe o sossego.
-6-
Ventania
Se você ventar mais um pouco por aqui... Eu juro: Vai levar meu coração.
-7-
Hurricane
me
Começou como um sussurro, mas terminou como um vento
voraz a consumir-lhe toda a história, memória e sentimentos, quando a mulher
moribunda, em seu leito derradeiro, lhe confidenciou a paternidade de sua
filha.
-8-
PENSAMENTO LEVE
Sem aviso, o vento levou o chapéu de sua cabeça,
que foi parar do outro lado da rua.
Era o terceiro que voava naquela semana.
Resolveu não colocar mais nada na cabeça que
pudesse voar.
-9-
A jovem alma desvendava antigos livros.
Sentindo o gosto das palavras na boca e as batidas do coração. Uma seca pétala
de rosa surgiu entre as páginas. O vento soprou na janela e fez voar a
lembrança esquecida. Um sorriso surgiu entre rugas no olhar.
-10-
Vento:
O Sopro Rebelde da Liberdade
Escrevi-se
ao vento, quando o silencio permite deixar na eternidade as falas contidas,
pois voltará carregado de nuvens chorosas, pétalas de um florir entristecido,
que o tempo bordou de primavera. O vento é o espírito do infinito, sopro
rebelde da liberdade.
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